O que pensam os Papas sobre a África? Pio XII

 “Esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que me deu,” (Jo 6,39), afirmou Nosso Senhor Jesus Cristo em sua  vida terrena.

Continuadores e Vigários do próprio Cristo, os Sumos pontífices ao longo de toda a história, em sua “solicitude por todas as igrejas” (2 Cor 11, 28) vigiaram, exortaram e mantiveram a fé nos lugares em que a semente do evangelho fora plantada.

E com não menos empenho, preocuparam pelos povos espalhados pela terra que precisavam ser beneficiados pela luz santíssima da Igreja Católica. Não é verdade que vemos São Pedro, o primeiro Papa, preocupar-se com o desenvolvimento da palavra de Deus nas primeiras comunidades cristãs? (Cfr. At 15, 7-28)

Com relação ao continente africano, muitos papas de nossos tempos e de tempos remotos preocuparam-se e ocuparam-se de diversas maneiras. Nosso blog sobre o trabalho dos Arautos em África apresentará, em alguns artigos, mostras dessa paternal solicitude. Hoje veremos a encíclica FIDEI DONUM, promulgada por Pio XII e destinada às missões na África, da qual retiraremos alguns importantes trechos que muito interessarão aos nossos leitores.

Diz ele que “têm os fiéis, na verdade, por que se gloriar e alegrar à vista dos salutares progressos feitos, nestes últimos decênios, pela Igreja na África. Apenas elevado à cátedra de Pedro, assegurávamos: ‘…não pouparemos esforço algum para que… a cruz, na qual está a salvação e a vida, lance sua sombra sobre as mais longínquas plagas do mundo’; por esse motivo, cuidamos com todas as forças em estender também a essa terra a causa do evangelho”. Quanta generosidade vemos nesse Sucessor de São Pedro, e nos enche a alma de alegria pelos belos efeitos produzidos na África pelos seus esforços.

Dá ele concretos exemplos desses efeitos:  “as circunscrições eclesiásticas ali estabelecidas em grande número; o notável aumento de católicos que, dia a dia, se manifesta; e especialmente a hierarquia eclesiástica por nós constituída, em não poucos lugares, e vários sacerdotes africanos já elevados à dignidade episcopal, conforme a ‘mais alta meta’ do trabalho missionário, que requer que ‘a Igreja nos outros povos seja estabelecida com firmeza, e lhes seja concedida sua hierarquia própria, escolhida dentre os indígenas’.

Louva ele os missionários, chamados por ele de “exército dos arautos do evangelho – sacerdotes, religiosos e religiosas, catequistas, auxiliares leigos”, que levando adiante sua meta de levar a esses povos o Sangue infinitamente precioso de Jesus Cristo “não sem infinitos trabalhos suportados e sofrimentos tolerados, cuja violência, desconhecida dos homens, é unicamente conhecida de Deus, conseguiu obter essa profusão de frutos salutares. A todos e a cada um felicitamos vivamente, e manifestamos aqui nossa gratidão, pois a Igreja tem, abundantemente, motivos de gloriar-se santamente de seus missionários que, na África ou noutros lugares, cumprem sua missão”.

Contudo, diz ele que isso não basta. O verdadeiro pastor que arde de zelo pelas almas sempre quer mais:

“Os magníficos resultados dos trabalhos missionários, por nós lembrados, não devem, entretanto, levar ninguém a esquecer-se de que ‘o que ainda resta a fazer nesse domínio pede enorme trabalho e inúmeros operários’. Pois, embora haja quem julgue, erradamente, que a ação missionária, uma vez bem constituída a hierarquia, possa logo ser considerada concluída e quase perfeita, no entanto, a ‘solicitude por todas as igrejas” daquele continente nos preocupa e angustia extremamente’.

Quais eram as preocupações desse venerável Pontífice? Veremos em um próximo artigo…

 

 

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