Anjo do Burundi

Chamam-na “anjo do Burundi”. É uma mulher tutsi, que fez da integração entre tutsis e hutus a razão de ser de sua vida. Recusou resignar-se diante do conflito que opõe estes dois povos e fez da sua vida uma cruzada de amor e reconciliação, criando um futuro diferente para crianças de ambas etnias. Com uma coragem extraordinária, Margarida Barankitse, mais conhecida como Maggy, fundou a Casa Shalon (www.maisonshalon.net) e a Cidade dos Anjos. Estas instituições promovem a integração das crianças orfãs das várias etnias do Burundi e dos países vizinhos, pois a Casa Shalon tem sucursais no Ruanda e em Goma, na República Democrática do Congo.  Mais recentemente a sra. Maggy com jovens que estudaram Medicina e Enfermagem lançou  a pedra fundamental de um centro de saúde em Ruyigy, baptizado com o nome de REMA, palavra kirundi que quer dizer “ânimo, coragem”.  Filha de uma família da elite tutsi, ela tornou-se para seus uma espécie de pária, por ajudar a etnia inimiga, os hutus, e por decidir não se casar – algo impensável segundo os padrões da cultura tutsi. “Tenho 53 anos de idade e desde os meus 6 anos convivo com a guerra fraticida. Sou tutsi e na minha família perdi 62 pessoas, entre tios e tias, primos e primas. Apesar disso recusei a olhar para o meu irmão hutu como um criminoso. O baptismo que eu recebi  converteu-me em filha de Deus e irmã de cada pessoa. O que agora faço para benefício das crianças e jovens hutus e tutsis é por estar convencida que eu pertenço a uma família muito grande e muito nobre.”

(Revista Além-Mar, no. 581, Ano III) Texto de Carlos Rodriguez e Luis 
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