Por que o Santo Sudário incomoda tanto?

santo-sudario1Roma (Quinta, 08-10-2009, Gaudium Press)

Desde a última segunda (5), a autenticidade da imagem do Santo Sudário voltou a ser alvo de discussão entre cientistas e pesquisadores. Dessa vez, foi o professor de química orgânica da Universidade de Pavia, Luigi Garlaschelli, que afirmou ter reproduzido em laboratório o Santo Sudário. Um feito que, segundo o cientista italiano, prova definitivamente que o linho reverenciado pelos cristãos como a roupa de enterro de Cristo é uma “farsa medieval”.

O experimento, financiado por uma associação italiana de ateus e agnósticos, foi realizado por um grupo de cientistas liderados por Garlaschelli. “Nós mostramos que poderia ter sido criado usando materiais e técnicas disponíveis no momento”, disse o professor, ao apresentar os resultados de suas experiências que, na sua opinião, revelam a provável origem medieval do Sudário de Turim.

Na esteira da polêmica levantada pelo professor, o teólogo e perito sobre o assunto, Rafael Guillermo de la Pieda, disse ao jornal peruano EL Comercio que o Santo Sudário “é um objeto único, irreproduzível e inimitável”.

O perito disse ainda que a autoridade máxima na pesquisa sobre o Sudário, o físico John Jackson, descarta esta suposta reprodução alegada dizendo que o efeito tridimensional não poderia ser feito usando o método de contato direto por ácido.

Além disso, a ampla investigação científica tem mostrado que o pano revela a imagem de um homem nu, que sofreu um severo castigo e foi crucificado. O cientista peruano insistiu que a característica tridimensional do Sudário de Turim é única e irreproduzível.

Diante do anúncio de Garlaschelli, a cientista italiana Emanuela Marinelli, formada em Ciências Naturais e Ciências Geológicas pela Universidade La Sapienza, em Roma, e autora de uma dúzia de livros e artigos sobre o Sudário, minimizou as declarações do químico italiano.

“Por piedade! É preciso bastante coragem para afirmar aquilo que distorce os dados reais da Sinodologia. A hipótese do baixo-relevo, aquecido, friccionado ou pintado foi descartada há pelo menos 30 anos quando os cientistas americanos do”Sudário de Turim Research Project (Projeto Investigação Sudário Turim), publicaram em renomadas revistas científicas os resultados de suas análises, e é absurdo insistir no contrário”, disse a cientista a Giuliano Guzzo, do site italiano Mascerallo.it.

A imagem, ainda segundo a cientista, “não foi produzida por meios artificiais, não é uma pintura ou impressão: no tecido não está presente nenhuma pigmentação. Não foi produzido com um baixo-relevo, aquecida e urdida com corantes. Ela está sem direção, e os contrastes entre o claro e o escuro são proporcionais às diferentes distâncias entre o corpo e o tecido. Você pode supor um tipo de radiação a partir da distância. (…) [Experiências recentes permitem considerar] a possibilidade de que a imagem tenha sido gerada por radiação ultravioleta direcional. Assim, é natural pensar em uma luz forte, emitida pelo corpo glorioso de Cristo na ressurreição”, concluiu.

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