Narram às crônicas que os primeiros portugueses tendo atracado nos litorais do Índico, na costa moçambicana, depararam-se com negros que, longe de quererem usar da violência, ofereciam seus aposentos aos recém chegados.
“Terra de boa gente”, foi a exclamação que floresceu de seus lábios, vendo-se tratados com tal hospitalidade. Boa terra para o plantio do Evangelho. Tomando os implementos da fé, foram se adentrando por aquelas selvas, lançando as sementes da Boa Nova, constituindo assim pequenas
comunidades cristãs.
Seguindo os passos dos primeiros missionários, penetrando na mata, os Padres Carmelitas trazem consigo as alfaias litúrgicas para uma muito especial Celebração. Quanto mais sulcava o areal e a erva dos caminhos; quanto mais se afastava dos bairros, aldeias e residências, próximos estavam a chegar
ao seu destino. Depois de muito penetrar naquela região inóspita, descortinou-se finalmente no horizonte uma pequena Capela. Era ali o ponto terminal.
Chegamos a Comunidade Santo Isidoro de Gumbane. De fato, essa capelinha dista cerca de 30 km da Matriz – Paróquia da Sagrada Família da Machava – sendo no conjunto das 9 capelas, a mais
afastada e em condições mais precárias.
Hoje será uma dia muito especial na Comunidade. Na celebração que se iniciará dentro de alguns momentos, serão acolhidos no seio da Igreja 7 novos membros através do Sacramento do Batismo. Destes, 5 receberão a 1ª. Eucaristia e um casal celebrarão o seu matrimônio.
Suspendendo a cruz em um de seus ramos, a massaleira ofereceu uma generosa sombra para os participantes da cerimônia, pois o pequeno edifício não comportaria tanta gente, pois muitos eram os convidados. Aliás, inclusive a Banda dos Arautos do Evangelho esteve presente, acompanhando com os seus acordes a comovente celebração. Foi debaixo dessa frondosa árvore que decorreu a Missa e depois o almoço. Para esta importante ocasião, contribuíram muitos dos paroquianos que ofereceram fraternalmente o seu valioso auxílio para proporcionar àqueles irmãos na fé um momento de alegre e inesquecível convívio. Trouxeram desde mesas e cadeiras, pratos, talheres e tudo o necessáriopara uma improvisada refeição, até as vestimentas que os novos irmãos usariam para receberem os sacramentos.
Um dia de muita alegria na longínqua Comunidade Santo Isidoro que sendo tão pobre, entretanto se fez rica por viver sob os ditames da Fé Católica.
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