A formação de um arauto em Moçambique

“Vinde após mim. Farei de vós pescadores de homens” (Mc 1, 17), disse Nosso Senhor Jesus Cristo a alguns pescadores à margem do mar da Galiléia. Tal foi a força dessas palavras que esses homens, na plenitude de sua idade e com suas carreiras profissionais bem estabelecidas, não duvidaram um segundo sequer: “no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no”. (Mc 1, 18)

Assim se põe Nosso Senhor Jesus Cristo diante de cada religioso ou religiosa no momento de chamá-los a abandonar tudo “por amor do Reino dos céus” (Mt 19, 12).

Porém, não basta o chamado, e nem mesmo caminhar junto com Jesus Cristo; dos apóstolos, Ele quis mais: “Ele ensinava aos seus discípulos” (Mc 9, 31); “estes são os Doze que Jesus enviou em missão, após lhes ter dado instruções (Mt 10,3). Ou seja, a par da dedicação que ele pediu dos apóstolos, o Divino Mestre quis doutriná-los, transmitir-lhes a sua doutrina nova dotada de potência e autoridade, que maravilhava a todos que o escutavam (Cfr. Lc 4, 32).

Dessa forma Ele, Divino Fundador da Igreja, edificava no convívio e na formação dos apóstolos, essa instituição que atravessaria os séculos e milênios, até o fim do mundo.

Vemos então que para todo aquele que se entrega à vida religiosa, não será suficiente trabalhar muito, desdobrar-se em serviço ao próximo, mas o consagrado a Deus tem a obrigação de esmerar-se no estudo da doutrina Católica, pois como diz São Tomás de Aquino, o estudo é próprio ao estado religioso por três razões: a primeira delas, por favorecer, diretamente à contemplação, iluminando o entendimento. A segunda, porque aparta os obstáculos à contemplação, ou seja, os erros que são frequentes por parte daqueles que desconhecem as Escrituras. Em terceiro lugar, porque o estudo nos afasta da concupiscência da carne, e além do mais, é útil para adquirir a virtude da obediência (Suma Teológica, II-II, q. 188, a.5). Além do mais, afirma o Doutor Angélico que o estudo deve servir como via de santificação, nunca para adquirir a ciência com intuito de gloriar-se junto ao próximo, conforme suas palavras: “quando se almeja a ciência sem a caridade, esta incha e produz dissensões” (Suma Teológica, II-II, q. 188, a.5, ad. 2).

Esse é o método aplicado pelos Arautos do Evangelho em sua formação: dedicação, oração, serviço, mas muito estudo. Mesmo nas terras de missão. Em Moçambique, todos os Arautos, aspirantes ou consagrados, recebem diariamente intensos ensinamentos da doutrina da Igreja, bem como aulas de Filosofia, Teologia, Sagradas Escrituras entre outras matérias, para prepararem-se com perfeição ao serviço de Deus.

Nas fotos podemos presenciar uma dessas aulas. Um dos missionários vindo do Brasil após concluir seus estudos de Filosofia e Teologia, ministra aos membros da Congregação em Maputo uma aula sobre a Teologia da graça.

 

 

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