Tudo teve sua gênese de modo tão incipiente, qual um grão de mostarda! E ninguém, naqueles remotos tempos em que a primeira semente do Cristianismo fora lançada no solo moçambicano, poderia suspeitar o seu desenvolvimento e a sua máxima expansão nos instantes atuais.
Corria o ano da graça de 1498 em que os intrépidos portugueses: o navegador Vasco da Gama, acompanhado por alguns frades e capelães, que seguiam nas naus singrando os mares em busca das terras firmes da Índia, e entre as intempéries e as incertezas que, em diversas ocasiões foram os seus companheiros, escrevia Deus sem sinuosidade o destino da Igreja de Moçambique nos seus primórdios, tendo como seu marco inaugural a celebração Eucarística, em Latim, no dia 11 de Março do ano acima referido, na Ilha de São Jorge, junto à Ilha de Moçambique. Não consta que a evangelização propriamente dita começasse imediatamente a seguir à celebração da primeira Missa, porém, estava lançada a primeira semente…
Em Goa, o jesuíta Pe. Gonçalo da Silveira, depois de ouvir falar de contatos feitos com a corte do Monomotapa e com o rei de Tonga, em Inhambane, ofereceu-se para trabalhar em Moçambique. Aos dias 5 de Fevereiro de 1560, juntamente com os companheiros Pe. André Fernandes e Irmão André da Costa, chegaram a Moçambique. Aqui foram batizadas cerca de 300 pessoas.
Em 1577 chegaram à Ilha de Moçambique, vindos de Goa, os Dominicanos. Construíram na Ilha um convento e, a partir daqui, alargaram a sua ação até Sofala, Sena e Tete. Os Dominicanos iam, também, rezar a Missa à Cabeceira, lugar de terra firme em frente da Ilha de Moçambique, onde ainda hoje se pode apreciar um templo em estilo indo-português. Por seu turno, em 1607, o Monomotapa Gasse Lucere – monarca de Moçambique na época – na sequência de um tratado de amizade, pedia missionários ao rei de Portugal para evangelizarem as suas terras. Desta feita registou-se um tal fluxo de graças que culminou nos dias actuais: com a Igreja alicerçada em todo Moçambique! Como corolário disso, pode-se dizer que, está instaurada a civilização, posto que a Igreja é a detentora do bem, do belo e da verdade, e onde Ela se faz presente, comunica o bom odor de Jesus Cristo que é o real sentido da vida. Como agradecer a Portugal pelo indescritível tesouro que nos deixaram: A Igreja!
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