São José, o único homem à altura de Jesus e de Maria

Sabemos que entre esposo e esposa deve haver certa proporcionalidade: não pode um ser por demais superior ao outro. Era necessário, portanto, surgir um homem que, por seu amor a Deus, por sua justiça, pureza, sabedoria, enfim, por todas as suas qualidades, estivesse à altura daquela augusta Esposa.

Mais ainda. É também conveniente que o pai seja proporcionado ao filho. Por isso, era preciso que esse mesmo varão, com toda a dignidade, arcasse com a honra de ser o pai adotivo do Verbo feito carne.

E houve um único homem criado para essa sublime missão, um homem cuja alma recebeu do Pai Eterno todos os adornos e predicados que o colocassem inteiramente à altura de seu chamado.

Esse homem, entre todos escolhido por estar na proporção de Nossa Senhora e de Nosso Senhor Jesus Cristo, foi São José. Por essa e outras razões, não podíamos deixar de dedicar em nosso blog um artigo sobre o glorioso Patriarca da Santa Igreja, por cuja intercessão os Arautos do Evangelho tanto tem se expandido em terras africanas.

Os principais traços da vida do santo esposo da Virgem Maria chegaram até nós nos primeiros capítulos do primeiro e terceiro evangelhos. Segundo vários autores, entre os quais São Justino, São José era originário de Belém, a cidade de Davi, seu antepassado, situada dez quilômetros ao sul de Jerusalém. Mais tarde, passou a morar em Nazaré, cidade na qual, em obediência à voz do anjo, estabeleceu-se novamente ao voltar do Egito, cumprindo-se assim o que de Jesus diziam os profetas: “Será chamado Nazareno” (Mt 2, 23).

Poucos são, em conseqüência, os dados diretos que nos referem os Evangelhos sobre São José. No entanto, ao ter sido ele escolhido por Deus para esposo de Maria, a “cheia de graça”, e digno custódio do Verbo Encarnado, não podemos duvidar de ter sido ele provido de dons e virtudes extraordinários, que vão muito além do conciso relato de Marcos e Mateus.

Nesse sentido, Santo Alberto Magno o exalta dizendo: “Fez de seu coração e de seu corpo um templo ao Espírito Santo, no qual ofereceu a si mesmo a Deus e, em si mesmo, a mais perfeita castidade de corpo e alma, no mais aceitável e agradável sacrifício a Deus” (Mariale, q. 51. Apud LLAMERA, Bonifacio. Teología de San José; BAC, Madrid, 1953, p. 160).

E o Papa Leão XIII, numa encíclica dedicada a São José, mostra como seu matrimônio com a Santíssima Virgem o fazia partícipe da grandeza dEla:

Ensina que São José “é o esposo de Maria e pai legal de Jesus. Dessa fonte mana sua dignidade, sua santidade, sua glória. Certo é que a dignidade de Mãe de Deus chega tão alto que nada pode existir de mais sublime. Mas, uma vez que entre a Santíssima Virgem e José estreitou-se um laço conjugal, não há dúvida de que ele, mais do que qualquer outro, se aproximou daquela altíssima dignidade pela qual a Mãe de Deus supera de muito todas as criaturas. Já que o matrimônio é o máximo consórcio e amizade — ao qual está unida a comunhão de bens — segue-se que, se Deus deu José como esposo à Virgem, não o deu apenas como companheiro de vida, testemunho da virgindade e tutor da honestidade, mas também para que ele participasse, por meio do pacto conjugal, na excelsa grandeza dEla”  (LEÃO XIII Encíclica Quamquam pluries, 18 agosto de 1889, n. 3.)

 (Extraído da Revista Arautos do Evangelho Número 75 Março 2008, p. 18)

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