A espiritualidade de Santa Bakhita

 Foi com sumo agrado que relatamos em diversos artigos a biografia da Irmã Bakhita, e por ser um verdadeiro caleidoscópio, em que a cada movimento vemos figuras mais belas e diferentes das outras, não foi possível deixar desconhecido do nosso caro leitor a integridade da sua vida, dividindo-a por fases, sendo esta uma parte da espiritualidade da Irmã Bakhita.

      Os primeiros albores espirituais da irmã Bakhita, se manifestaram no encontro dela com Checchini – organizador de associações católicas – que a ofereceu um singelo Crucifixo. Eis como Santa Josefina nos descreve o episódio tão recamado de unção: “ao me dar o Crucifixo, ele o beijou com muita devoção, e em seguida me explicou que Jesus Cristo, o filho de Deus, tinha morrido por nós. Eu não sabia isso significava, mas levada por uma força misteriosa, escondi o Crucifixo, com medo de que a minha patroa o tirasse de mim. Lembro-me de que O olhava escondido e sentia dentro de mim uma coisa que não sabia explicar”.

      A referência a Cristo Crucificado é uma constante no pensamento de Madalena de Canossa – a Fundadora das Irmãs de Caridade, canossianas: a Congregação na qual Bakhita ingressou – que faz do “não buscar senão a Deus só e Cristo Crucificado” o centro em redor do qual faz volver a regra. E é justamente no grande Crucifixo existente no parlatório do Instituto dos Catecúmenos que Bakhita encontra a força para insubordinar-se contra Maria Turina, que, de volta à Itália depois de quase um ano de ausência, quer que a criada (Bakhita) – abandone o curso de catequese de preparação para o Batismo para ir fixar-se definitivamente na África com ela. A ação de insubordinar-se não era por espírito de revolta, mas tornara-se imperioso para dar continuidade a adesão a Cristo crucificado e tomar o rumo que conduz à eternidade feliz!

      Embora Josefina tivesse galgado grandes passos na sua vida espiritual, só a consolidou no ato batismal como ela mesma relata: “depois que entrei no Catecumenato, passado o tempo da preparação, recebi o santo batismo, com uma alegria que só os Anjos poderiam descrever.

      Deram-me os nomes de Josefina, Margarida e Fortunata, que em árabe se diz Bakhita. No mesmo dia recebi a Crisma e a primeira Comunhão. Ah que data inesquecível!”.

      Estimado leitor, como pode vislumbrar, a história da espiritualidade da Santa Josefina Bakhita fundamenta-se no que foi acima referido. Esperamos, com a intercessão dela, darmos continuidade a narração das maravilhas que encerram a sua vida que, por conseguinte, nutre a nossa alma! A ideia de luta estará sempre vincada na vida espiritual dela, com na de todos os santos, e isso é de suma importância para cada um de nós nesta terra de exílio, na qual  peregrinamos rumo à eternidade. 

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